
Lembro de quando entrei pro Colégio Salesiano, havia uma cerimônia semanal. O CCE (Centro Cívico Escolar) ia até a frente das formas de alunos de 1ª a 4ª série hasteavam a bandeira nacional, a do Estado do Rio de Janeiro e a do Colégio. Somado a isso, cantava-se o Hino Nacional. Era bem legal. Todo mundo virado pra bandeira, com a mão no coração e cantando. Tenho certeza que é graças a isso que eu sei o hino nacional. Tenho certeza que é pela cerimônia diária, na qual rezávamos pai nosso e a ave maria, que sei essas rezas aí. As únicas que sei, na verdade.
Outra coisa interessante no meu primário é que havia aulas sobre o hino. Aprendi onde fica o Ipiranga e o que significam plácidas, fúlgidas, garrida e lábaro.
O lugar aonde quero chegar é o seguinte: agora há uma resolução municipal de nº 1026 que ajudará a “resgatar e despertar no aluno, valores cívicos que, certamente, contribuirão na formação de sua cidadania”. Eu particularmente acho ótima a resolução. Obviamente contribuirá para a formação da cidadania do aluno, mas acho que é muito pouco. Acho importante e interessante que se aprenda o Hino. Acho uma formalidade maneira. Eu gosto de formalidade e de certos tradicionalismos. Sou quase uma britânica nesse sentido.
Uma coisa é certa. O fato de 90%* não saber cantar o hino tem muito a ver com o excesso de rebusques nos vocabulários e de tortuosas construções gramaticais. O hino foi considerado pronto em 1909, época em que o Brasil queria se mostrar muito civilizado perante ao mundo. Como se alguém entendesse algo de português. Aí fizeram esse rococó na letra pra só quem era inteligente entender. Tipo a roupa do rei, que só os inteligentes viam. Confesso que eu e a torcida do Flamengo inteira se sentem aliviada quando chega o momento do refrão:
Terra adoradaaaaaaa
Entre outras mil
És tu Brasil
Oh, patria amadaaaaaaaaaa
Além de ser essa confusão toda, o nosso querido hino é longo demais. 2 partes. Nego não sabe cantar nenhuma! Tirando que quando a gente ganha alguma medalha de ouro e tal cortam o hino pela metade, ou então tocam só a introdução. Muuuuito longo. Eu sempre me confundo com: Brasil, um sonho intenso, um raio vívido com Brasil, de amor eterno, seja símbolo. Tenho que pensar muito pra não errar.
Tinham que fazer que nem os gregos que acharam por bem dar uma enxugada nas 158 estrofes originais para apenas 2. Isso mesmo, duas. Um, dois. Acabou. 36 palavrinhas só! Se bem que palavras em grego são mais enormes e difíceis, né?
*Dados teritados da minha cabeça.
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