24 de jul. de 2009

O Verde-louro desta flâmula


Lembro de quando entrei pro Colégio Salesiano, havia uma cerimônia semanal. O CCE (Centro Cívico Escolar) ia até a frente das formas de alunos de 1ª a 4ª série hasteavam a bandeira nacional, a do Estado do Rio de Janeiro e a do Colégio. Somado a isso, cantava-se o Hino Nacional. Era bem legal. Todo mundo virado pra bandeira, com a mão no coração e cantando. Tenho certeza que é graças a isso que eu sei o hino nacional. Tenho certeza que é pela cerimônia diária, na qual rezávamos pai nosso e a ave maria, que sei essas rezas aí. As únicas que sei, na verdade.

Outra coisa interessante no meu primário é que havia aulas sobre o hino. Aprendi onde fica o Ipiranga e o que significam plácidas, fúlgidas, garrida e lábaro.


O lugar aonde quero chegar é o seguinte: agora há uma resolução municipal de nº 1026 que ajudará a “resgatar e despertar no aluno, valores cívicos que, certamente, contribuirão na formação de sua cidadania”. Eu particularmente acho ótima a resolução. Obviamente contribuirá para a formação da cidadania do aluno, mas acho que é muito pouco. Acho importante e interessante que se aprenda o Hino. Acho uma formalidade maneira. Eu gosto de formalidade e de certos tradicionalismos. Sou quase uma britânica nesse sentido.

Uma coisa é certa. O fato de 90%* não saber cantar o hino tem muito a ver com o excesso de rebusques nos vocabulários e de tortuosas construções gramaticais. O hino foi considerado pronto em 1909, época em que o Brasil queria se mostrar muito civilizado perante ao mundo. Como se alguém entendesse algo de português. Aí fizeram esse rococó na letra pra só quem era inteligente entender. Tipo a roupa do rei, que só os inteligentes viam. Confesso que eu e a torcida do Flamengo inteira se sentem aliviada quando chega o momento do refrão:
Terra adoradaaaaaaa
Entre outras mil
És tu Brasil
Oh, patria amadaaaaaaaaaa

Além de ser essa confusão toda, o nosso querido hino é longo demais. 2 partes. Nego não sabe cantar nenhuma! Tirando que quando a gente ganha alguma medalha de ouro e tal cortam o hino pela metade, ou então tocam só a introdução. Muuuuito longo. Eu sempre me confundo com: Brasil, um sonho intenso, um raio vívido com Brasil, de amor eterno, seja símbolo. Tenho que pensar muito pra não errar.

Tinham que fazer que nem os gregos que acharam por bem dar uma enxugada nas 158 estrofes originais para apenas 2. Isso mesmo, duas. Um, dois. Acabou. 36 palavrinhas só! Se bem que palavras em grego são mais enormes e difíceis, né?

*Dados teritados da minha cabeça.

20 de jul. de 2009

Rap da Diferença

Na minha peregrinação musical, está rolando no meu mp3 player os seguintes álbuns: Astral Weeks de Van Morrison, Clássicos do Funk Vol.2 e Sobrevivendo do Inferno de Racionais Mc's.

Excluindo o Astral Weeks, os dois discos que sobram tem algumas coisas em comum e distâncias também abismais.

Musicalmente falando ambos utilizam muitos samples e batidas eletrônicas e afins. A meu ver o único instrumento é a voz dos cantores. Nesse quesito os paulistanos se dão melhor, no meu ponto de vista.

No rap paulista há um tom mais sombrio, mais frio, mais sofrido. Tem um ar de revolta maior. Ao final da audição dos Racionais você fica incomodado. Por outro lado o rap carioca da minha adolescência fala sobre paz e amor de uma maneira mais leve, divertida. Obviamente os dois tipos tratam do tema da violência, grande algoz do eixo Rio-São Paulo. Ambos são expressões culturais da favela/periferia.

Não pretendo me aprofundar sobre o tema, nem nada do tipo. Só achei curiosa as diferenças. Não posso falar sobre a realidade paulista. Só tive na cidade um punhado de vezes e conheço de maneira superficial, mas posso falar do que eu me lembro.

Lembro que no final da década de 80, S. ia todo o fim de semana curtir o baile de charme em Marechal Hermes. O que me remete imediatamente a letra do “Rap da Diferença” (aquele que fala: qual a diferença entre o charme e o funk? Um anda bonito, o outro elegante). A mesma S. me fez pedir pro meu pai comprar um LP do Furacão 2000 (a n. 1 do Brasil). Engraçado que na minha fita de aniversário de 6 anos aparece um trecho desse disco. Aliás, acho que tenho esse disco até hoje. Vou ver. Enfim, esse foi o meu primeiro contato com o funk.


Nas minhas andanças de ônibus, estava lembrando que no fantástico (pode ter sido Jornal Nacional ou RJ TV) falando sobre as brigas nos bailes funks. Que a prefeitura ia proibir e tal. Acho que a partir daí veio uma mobilização da galera do funk da minha época (1995) de fazer raps em resposta a essas brigas de gangs. As letras sempre falando pra “curtir o baile na moral”. Depois que veio a onda de falar “com muito amor e carinho”. Quando começou a onda da putaria eu estava longe do funk.


É engraçado ouvir essas musicas hoje em dia. Eu realmente achava muita musica bonita. Sem dúvida a que eu mais gostava eram as do Claudinho e Buchecha. Não é a toa que eles foram os únicos que conseguiram sair do gueto. Depois veio Bonde do Tigrão, MC Créu e outras bobagens. Todos os funkeiros cantavam mal. Incrível. Voz toda dobrada, cheia de reverb pra disfarçar.


Já o rap paulista é aquela coisa mais falada, né? não precisa dessas magicas pra voz. Como eu disse, é um rap que incomoda. E é essa a intenção deles. A verdade é que o rap carioca tem mais a ver com o funk melody e o rap paulista com o hip-hop. Particularmente eu prefiro o carioca, mais swingado, mais feliz apresar dos pesares. Menos revoltado. Se bem que quem lê a letra do Rap da Felicidade não tem como dizer que não é musica de protesto. A diferença primordial está justamente na melodia. De cantar junto e dançar. Se por um lado esse artifício musical deixa a mensagem um pouco na retaguarda, por outro dá mais acessibilidade, por que, convenhamos, é muito chato ficar ouvindo um cara falando em cima da mesma batida. O que é o caso do Racionais.


Esse post tá ficando mais longo do que eu esperava. Vou ficando por aqui então.

Inté




14 de jul. de 2009

Cabelo novo

Estava há tempos precisando repintar e cortar novamente o cabelo. Resolvi fazê-lo em Minas. Já tinha visto os resultados no cabelo da minha mãe e resolvi arriscar.

Dessa vez eu gostei. Sem mullets ou surpresas desagradáveis. Eu recomendo. Quem quiser vir a São Geraldo vá no salão Charming :)



Eu e Momys

É engraçado ver os bebês quando minha mãe faz comida. Fica geral em cima.



6 de jul. de 2009

Paisagens Urbanas 2



Andando pelas ruas do centro da cidade vc pode encontrar coisas bizarras.

Noutro dia tava ali pelo camelódromo e uma mulher estava vendendo Polônia por R$ 10, 00.
Polônia = polaina. Quase comprei uma pra mim. Vai que tem reedição da festa anos 80?

Tão dizendo que está voltando a moda. Vai saber?



Outra coisa bizarra que eu vi hj foi uma mulher carregando uma galinha viva dentro dum saco plástico no ônibus. Ela (a galinha) tava enrolada num jornal. A coitadinha tava amedrontada, toda desconfortável. Fiquei morrendo de pena.

Morta a galinha deve estar agora. Se não está ainda, estará em breve. A utilidade ainda não sei. Será comida ou despachada em alguma esquina? Se bem que ela era branca. E como vivemos num mundo racista, até a galinha preta se fode nesse sentido. Em geral são as pretas que morrem em despachos...

De qualquer modo, só o simples fato de um bichinho indefeso estar sendo maltratado me dá ânsia de vômito. Por conta deste incidente, decidi que não vou mais comer frango, galinha e penosos afins. Coitadinhos.

O Chester, por exemplo, é um bicho feito geneticamente pra ficar peitudo e morrer no natal. O chester não pode viver muito tempo, pq não consegue ficar em pé, pois seu peito é muito grande e ele cai ou quebra as patinhas. Isso é mto feio.

Vou virar vegetariana!!!


Esses são os Chesters que vcs comeram no natal.