Pequenas criaturas que vivem no submundo das ruas e passam desapercebidas entre os pés dos transeuntes. Porque não notamos as pequenas coisas?
Hoje, andando pela rua, vi uma lagartixa no chão. Em primeiro lugar assustei-me. Pulei para trás. Depois, perguntei-me porque diabos ela estaria no chão, já que lugar de lagartixa é na parede! Em seguida parei para fitá-la. Ela era de um bege escuro e tinha pintinhas pretas. Parecia uma filha jogada no meio da calçada de pedras portuguesas. Poderia ficar horas olhando-a. Ela ali parada. E eu do outro lado a olhá-la. Porque ela não saia do meio da calçada? A qualquer momento poderia receber o solado de algum sapato a esmagar-lhe o corpo. Mas não. Durante alguns segundos, parecia que a lagartixa queria falar-me. E eu poderia escutá-la se me fosse permitido mais alguns segundos de troca entre eu, e o pequeno ser do submundo.
Muitas vezes eu também passo desapercebida entre os transeuntes. Muitas vezes eu vago pela noite a procura de alimento para alma. Muitas vezes eu me escondo durante o dia para fugir do sol, como vampira. Porque sentimos medo ou asco das pequenas criaturas do submundo?
Muitas vezes eu subo pelas paredes e chego ao teto, fico de cabeça para baixo sem ser acrobata. Muitas vezes caio. Outras me machuco... Mas a lagartixa não. Não perde nunca a aderência. Tem entre os dedos, lâminas transversais, forradas de pêlos microscópicos em forma de gancho, que prendem às mínimas saliências de qualquer superfície.
Não estou envergonhada. Estou frustrada, passada e inacreditavelmente boquiaberta com o que vi ontem. Até agora ainda não acredito no que aconteceu. Mas foi verdade. Sim, maracanaço. Até com a seleção brasileira ocorreu isso. Faz parte do Futebol. A falta de competência de nossos atacantes foi notória. A indigesta pimenta mexicana só tentou 5 vezes o Gol. Fizeram 3. Nós, que só precisávamos de 1, tentamos 20 vezes, das quais apenas 10% foram em direção ao gol. De resto, tudo para a arquibancada. Não perdemos para o América do México. Perdemos para nossa inacreditável incapacidade de fazer gol.
Tal derrota não macula a bela história da maior nação do mundo. Obviamente é impossível ficar sorridente depois de ontem. Podemos apontar diversas falhas ocorridas durante a semana pós bi. O excesso de churrasco e cerveja na comemoração, o excesso de cachaça do Joel, o clima de oba-oba minutos antes de uma oitava da libertadores, excesso de festa. Menosprezo ao adversário. Isso não pode acontecer em uma libertadores. Só em carioca.
Confesso que quando Papai Joel anunciou que iria embora no meio do maior torneio das Américas eu fiquei um pouco feliz. Não que eu não goste do Joel Cachaça, mas ele é um técnico que só sabe ganhar estadual. O feito de ontem não me deixa mentir.
Agora é bola pra frente. Confio no trabalho do Tiozão do Churrasco, Caio Jr. é um bom treinador. Acredito veementemente que ano que vem estamos de novo na Libertadores. O que não pode acontecer é o Flamengo desfazer o time no meio do ano. Isso não. se Ibson for, vai tarde. Não tem sido nem sombra do que foi ano passado. As atuações de Souza são pífias. Esse deve ser despedido, pois como sempre digo, o cara ganha, e muito bem, para fazer gols e não faz. Qualquer um que estiver lendo este humilde blog sabe que se é pago para fazer um determinado trabalho e não faz é prontamente despedido. E por justa causa!
ou arco-íris quererem me zoar, precisam ganhar algo lá no Japão. Quando algum desses tiverem o maior titulo de clubes do futebol a gente conversa, caso contrário, guarde sua alegria para torcer para o seu Derrotas fazem parte do processo de crescimento. A Libertadores 2008 é página virada. Outros desafios nos aguardam. Nada tira nossa soberania dentre os maiores do mundo e do Brasil, e, decididamente, o maior e melhor do rio. O número de títulos não mentem: 1 mundial, 1 libertadores, 5 brasileiros e 30 cariocas. Marca inigualável. Então antes dos vices, vices-dos-vicestime. Ah, esqueci que a alegria alheia é a derrota da nação. Para o resto, é melhor ver a nação triste do que a própria vitória. Isso magnifica ainda mais, se é que é possível, a grandeza do mais querido do Brasil. Portanto, resto, tire o seu sorriso do caminho que a nação vai passar com sua dor, para regozijo momentâneo dos infiéis.
Revolver é o álbum imediatamente anterior ao Sgt. Pepper’s e foi lançado em 1966. Revolver ao meu ver é a transição que começou com Rubber Soul e culminou no citado sargento Pimenta. Muitos críticos apontam Revolver como o pontapé inicial ao psicodelismo dos Fab Four. Esse álbum conta também com uma maior participação do Harrison como compositor, três músicas, além da introdução da Cítara.
1 – Taxman (Harrison) - A música é boa, mas não chega nem perto das melhores deles. Tem uma hora que parece música do Batman! O timbre de guitarra, dá pra ver de onde o Serginho Dias tirou...ou melhor diria Claudio Cezar? John – Pandeirola e vocais; Paul – Guitarra solo, baixo e vocais; George – Guitarra base e voz; Ringo – Bateria, maracas e caneca. 2 – Eleanor Rigby (Lennon/McCartney) – Essa música é perfeita. Que orquestra!A toria desta canção é atribuída a McCartney. John – Vocais; Paul - Voz; Harrison – Vocais; Músicos contratados – 4 violinos, 2 violas e 2 violoncelos.
3 – I’m Only Sleeping (Lennon/McCartney) - Ótima melodia! Todo mundo tem um dia que só quer dormir! Música atribuída a Lennon. John – Violão e voz; Paul – Baixo e vocais; George – Guitarra solo e vocais; Ringo – Bateria.
4 – Love You To (Harrison) – Presença marcante da cítara. Eu particularmente não gosto muito. Se estiver meditando, quem sabe... George – Cítara, tambura, guitarra e voz; Anil Bhagwat - Tabla; Ringo – Pandeirola
5 – Here, There and Everywhere (Lennon/McCartney) – Uma das músicas de amor mais linda que eu conheço! Linda! Fico apaixonada toda vez que ouço. Música atribuída a McCartney. John – Guitarra base, vocais e estalar de dedos; Paul – Baixo, voz, vocais e estalar de dedos; George – Guitarra solo, vocais e estalar de dedos; Ringo – Bateria e estalar de dedos.
6 – Yellow Submarine (Lennon/McCartney) – Legal pra caramba, as crianças adoram. Mas Jesus, tirem o Ringo do Microfone! John - violão e vocais; Paul – Baixo e vocais; George – Percussão e vocais; Ringo - Bateria e Voz, Várias pessoas, incluindo Neil Aspinall, Pattie Boyd, Donovan, Mal Evans, Marianne Faithfull e Brian Jones fazendo o coro, os barulhos de gente falando e de festa. É atribuído a Donovan a voz resposta: “Sky of blue and sea of Green”.
7 – She Said, She Said (Lennon/McCartney) – Adoro essa música! Atribuída a Lennon. John – Voz, vocais, guitarras, orgão Hammond; George – Baixo; Ringo – Bateria.
8 – Good Day Sunshine (Lennon/McCartney) – Muito legal. Piano muito bom. Atribuída a McCartney. John – Vocais e palmas; Paul – Voz, vocal, baixo, piano e palmas; George - Vocais e palmas; Ringo – Bateria, pandeirola, pratos e palmas; George Martin – Piano
9 – And Your Bird Can Sing (Lennon/McCartney) – O riff é tudo! Essa música parece mais do ínicio dos Beatles, mas é muito boa, porque só faz lembrar ínicio, na jovialidade, alegria, essas coisas... Música atribuída a Lennon. John – Voz e guitarra base; Paul – Vocais, baixo e guitarra solo; George – Vocais; Ringo – Bateria e Pandeirola.
10 – For no One (Lennon/McCartney) – “And in her eyes you see nothing…” é a melhor parte. Música atribuída a McCartney. Infelizmente não encontrei a ficha técnica desta faixa. Quem tiver por favor me passe.
11 – Doctor Robert (Lennon/McCartney) – Outra música que parece mais do início dos Betales. Música atribuída a Lennon. John – Voz, guitarra base e harmônio; Paul – Baixo e vocais; George – Guitarra solo e maracas; Ringo – Bateria.
12 – I Want To Tell You (Harrison) – Boa! John – Pandeirola, vocais e palmas; Paul – Baixo, piano, vocais e palmas; George – Voz, guitarra solo e palmas; Ringo – Bateria e maracas.
13 – Got to Get You Into My Life (Lennon/McCartney) – Boa! Parece McCartney and The Wings. Canção atribuída a McCartney.
14 – Tomorrow Never Knows (Lennon/McCartney) – Outra com cítara. Mas essa é melhor. Dessa vez souberam dosar.Quando ouvi pensei que fosse co Harrison justamente por causa das cítaras, mas não. Ela é atribuída Lennon. John – Voz, órgão Hammond e tape loops; Paul – Baixo e tape loops; George – Cítara e tape loops; Ringo – Bateria e tape loops; Jorge Martin – Piano honky tonky e tape loops.
Pet sound foi composto quase em sua totalidade por Brian Wilson. Por isso, é um álbum muito pessoal, intimista e cuja proposta era totalmente contrária às canções que o grupo fizera até então. Os outros integrantes do grupo, em especial o vocalista Mike Love, foram contrários ao álbum. Inclusive a gravadora da banda, Capitol, teve dúvidas em lançar Pet Sound. Mas em 16 de maio de 1966, o álbum foi lançado.
A música dos Beach Boys, desde do início dos anos 60, era muito melódica e se destacava por suas harmonias vocais, marca do grupo. Contudo, comovido pelas composições dos Beatles, Brian Wilson quis dar um passo a frente e fazer um disco mais pessoal . Negócio arriscado. Brianconcentrou-se em suas experiências pessoais e junto com Tony Acher, começou a compor as canções que romperiam com tudo o que o grupo tinha feito antes. Inclusive, Brian considerou a hipótese de fazer um trabalho solo, nesse momento.
Pet Sounds conta com a participação de músicos contratados, já que os outros Beach Boys contribuíram muito pouco para a parte instrumental. Concentraram-se mais na parte vocal. Pela primeira vez, Wilson se sentia satisfeito com um trabalho. Mas o álbum não teve o sucesso que o grupo estava acostumado. Foi um grande fracasso comercial. Mas uma obra que segundo McCartney foi o melhor disco vocal jamais gravado. E ainda teria servido de inspiração para Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, obra máxima dos Beatles.
Realmente Paul tem razão. O Ponto alto do disco é realmente os arranjos vocais. No cd há takes de voz. Bem legais. Curioso perceber que outra banda cujos arranjos vocais são marca registrada, The Mamas and The Papas, lança sei primeiro disco, If You Can Belive Your Eyes and Ears, justamente em 1966.
Baladas, folk e paqueras leves com Rock, tudo recheado de harmonias vocais; depois do fracasso inicial, Pet Sounds, com o tempo, foi ganhando prestígio e hoje em dia é apontado como um dos álbuns mais influentes de todos os tempos.
O disco foi gravado em mono, como todos os discos dos Beach Boys, devido a surdez de um ouvido de Brian Wilson. Por várias vezes se tentou reeditar Pet Sounds em estéreo, mas os fãs sempre põem resistência. O porquê eu não sei. Seria realmente maravilhoso ouvir as vozes em estéreo.
Eis Faixa a Faixa:
Lado A
01 – Wouldn’t it Be Nice (Brian Wilson/Tony Asher) - Bonitinha, fofinha!
