
Uma das coisas mais legais de gravação ao vivo é justamente o que é diferente do estúdio. Seja um arranjo diferente, um erro, um grito, um improviso, não importa. O importante é que nos transporte ao show, mesmo sem ter ido. Ou chegar o mais próximo possível disso.
Hoje em dia o que vemos/ouvimos, são gravações ao vivo tão perfeitinhas e milimetricamente equalizados que nos dá a impressão de que ter feito o show ou não é irrelevante. Na maioria dos shows que são feitos para gravação ao vivo, no mínimo uma música é repetida, porque não ficou “legal”. Ora bolas, mas se quer um registro do show e aquela música não ficou “legal” é porque foi assim no show! O barato de ver um show ao vivo é justamente isso. É o artista ali, exposto a toda gama de possibilidades. Pro bem e pro mal.
O registro do James Brown, Live at the Apolo, gravado em 1962 é um claro exemplo do que estou tentando dizer. Milhares de improvisos e gritos do próprio Mr. Brown e de sua platéia. Soma-se uma banda super afinada. Conseguimos ser transportados àquela noite de 24 de outubro de 1962 no Apollo Theater. Apesar de nessa época eu não ser sequer uma coceirinha nos órgãos sexuais do meu pai, eu consigo apreender o que foi o show!
Vale à pena ouvir. Inteiro. Desde a introdução, que é a apresentação do performer, até o final.
Na edição Expanded Edition podemos curtir ainda bônus com outras gravações das músicas que entraram oficialmente no disco.
Dentre as canções, destaco:
I’ll Go Crazy
Try Me
Think
Lost Someone
I Don’t Mind